1 As estrelas tremem no ar frio, no céu frio... e no ar...
1 As estrelas tremem no ar frio, no céu frio... e no ar frio pinga, levíssima, a orvalhada. Nem mais um ruído corta o silêncio da estrada, 4 senão na ribanceira um vago murmúrio.
Tudo dorme. Eu, no entanto, olho o espaço sombrio, pensando em ti, ó doce imagem adorada! 7 As estrelas tremem no ar frio, no céu frio, e no ar frio pingam as gotas da orvalhada...
E enquanto penso em ti, no meu sonho erradio, 10 sentindo a dor atroz desta ânsia incontentada, – fora, aos beijos glaciais e cruéis da geada, tremem as flores e foge, ondeando, o rio,
13 e as estrelas tremem no ar frio, no céu frio... Manuel Bandeira. Madrugada. O sujeito da oração “E enquanto penso em ti, no meu sonho erradio” (v.9) é: